Balança comercial do setor lácteo

Lucio R. L. Sá Fortes e Luciane Fonseca – Economistas, M.Sc., Professores das Faculdades Integradas Vianna Júnior e da Faculdade Estácio de Sá.

           De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) em janeiro a balança comercial do setor lácteo apresentou um superávit de US$ 25,5 milhões (tabela 1). As exportações somaram US$ 40,6 milhões que representou uma queda em relação ao mês de dezembro de 13% em valor, enquanto que a redução do volume foi de 20%. Por outro lado, as importações aumentaram 37% em valor enquanto que o aumento do volume foi de aproximadamente 62% na comparação com o mês anterior.. 

Tabela 1. Balança comercial do setor lácteo*.

           O saldo da balança comercial acumulado em 12 meses atingiu US$ 176,6 milhões em janeiro de 2008, o que representa um acréscimo de 20% se comparado com o mês de dezembro do ano passado (figura 1). Os expressivos saldos positivos registrados nos últimos meses fizeram com que o saldo acumulado em 12 meses atingisse seu maior valor nos últimos dois anos.

           O principal comprador de produtos lácteos brasileiros nos mês de janeiro foi a Argélia com participação de 25% no total exportado. Merece destaque outro importante parceiro comercial, a Venezuela, responsável por 17% do total exportado no mês. O principal produto exportado foi ‘Leite em pó’ representando 71% do montante total transacionado (figura 2 e tabela 2). Como ocorrido em dezembro, o principal comprador de ‘Leite em pó’ brasileiro foi a Argélia. De um total de US$ 28 milhões exportados do produto, 35% desse valor foram adquiridos por esse país.

Tabela 2. Importação e exportação por produto no mês de janeiro de 2008*.

           Pelo lado das importações, observando a tabela 2, pode-se verificar que os principais produtos importados no mês de janeiro foram ‘Soro’ e ‘Leite em pó’. Esse dois produtos somados representaram cerva de 86% do total importado. A Argentina foi o principal parceiro comercial responsável por cerca de 68% do total comercializado. É interessante destacar que, em geral, o segundo maior parceiro comercial é o Uruguai. Entretanto, nesse mês, tal posto coube a França com uma participação de 10%. O Uruguai ficou em terceiro lugar nas compras brasileiras respondendo por quase 6% do total importado. 

Fonte: Secex.
Elaboração: Embrapa Gado de Leite.
Figura 3: Participação dos principais países importadores de produtos lácteos brasileiros (janeiro/2008)

           Por fim, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na nona semana do ano, o preço do ‘Leite em pó’ na Oceania se manteve em US$ 4.550 por tonelada (preço médio), estável se comparado com a quinzena anterior. Na Europa houve ligeira queda no mesmo período, 0,5%, atingindo o patamar de US$ 4.600 por tonelada. Assim, os preços internacionais do produto apesar da queda (quando se compara com o pico observado no segundo semestre de 2007 (figura 4) e os preços na Europa passaram dos US$ 5.000 por tonelada) ainda permanecem elevados.

Fonte: Secex.
Elaboração: Embrapa Gado de Leite.
Figura 4: Evolução dos preços internacionais do ‘Leite em pó’ na Europa e Oceania.

[1] Na apuração do saldo balança comercial no mês de agosto utilizou-se além dos produtos lácteos relacionados no capítulo 4 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), dois produtos adicionais: ‘Leite Modificado para Alimentação de Crianças’ (19011010) e ‘Doce de Leite’ (19019020).