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Produtividade do rebanho brasileiro Rosangela Zoccal |
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A diversidade dos sistemas de produção de leite reflete nos extremos encontrados, quando se analisa a produtividade por vaca, medida em litros de leite por vaca ordenhada por ano. Em 2008, a maior produtividade média, por microrregião do IBGE, foi em Ponta Grossa, no Paraná, com 5.171 litros de leite por vaca ordenhada por ano, e a menor foi em Alto Médio Canindé, no Piauí, com 213 litros. No Brasil, a média, considerando todo o rebanho de vacas ordenhadas, composto de 21,5 milhões de cabeças, foi de 1.260 litros/vaca/ano. A distribuição geográfica das áreas com maior produtividade animal no País, por microrregiões, está mostrada na Figura 1. Em 2008 se destacaram três grandes áreas: a primeira é na Região Sul, abrangendo o norte do Rio Grande do Sul, centro e sudoeste de Santa Catarina e o sudoeste do Paraná; a segunda grande área é no sul, sudoeste e Zona da Mata de Minas Gerais e no leste de São Paulo; a terceira área é a região do Agreste do Nordeste, principalmente do Estado de Pernambuco. De forma mais isolada se destacam também, em termos de produtividade, Brasília, Unaí/MG, Catalão/GO, Tangará da Serra/MT, Aripuanã/MT, Birigui/SP, Pelotas/RS e Sergipana do Sertão de São Francisco/SE. As microrregiões com produtividade acima de 2.200 litros/vaca/ano produzem juntas 6,8 bilhões de litros de leite/ano e as de 1.500 a 2.190 litros/vaca/ano, também produzem 6,8 bilhões de litros, e juntas representam 50% do leite brasileiro. Em 68% das microrregiões brasileiras houve ganhos em produtividade, durante os últimos cinco anos. Como se observa na Figura 2, na Região Sul concentra o maior número de microrregiões com aumentos acima de 140 litros de leite por ano na produtividade animal. Em seguida aparece a Região Nordeste. As Regiões que mais concentram microrregiões com aumentos de 90 a 139 litros por ano são o Sul e o Sudeste. Ainda observando a Figura 2, outras microrregiões se destacam pelo aumento da produtividade animal, como é o caso de todas as microrregiões do Estado de Amapá, em pelo menos uma microrregião dos Estados do Nordeste e oeste do Mato Grosso. É importante ressaltar que a maior concentração de áreas de crescimento é também as áreas com melhores índices de produtividade animal, como é o caso da Região Sul, Sudeste e Nordeste.
O Arquivo Zootécnico Nacional, mantido e atualizado pela Embrapa Gado de Leite, contém informações de rebanhos leiteiros de diferentes raças no Brasil. Entre as informações armazenadas está o controle da produção de leite durante a lactação. Na raça Holandesa, a média das lactações controladas é superior a 6.000 litros, considerando apenas a primeira lactação. O rebanho de gado Jersey é acima de 4.500 litros/lactação e a raça Girolando acima de 4.000 litros. Com uma produtividade menor estão as raças Gir, com 2.800 litros, e a Guzerá, com 2.000 litros/lactação. Os ganhos em produtividade na pecuária leiteira nacional são indiscutíveis. A produtividade média de leite, de 1.260 litros/vaca/ano, quando se considera todo o rebanho nacional, não revela a grande evolução que a atividade leiteira brasileira tem apresentado. Porém os dados do Arquivo Zootécnico Nacional mostram que existem, no Brasil, rebanhos especializados que são comparáveis aos mais competitivos do mundo. |
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