A Indústria de Laticínios da Zona da Mata e Campo das Vertentes de Minas Gerais

Kennya Beatriz Siqueira - Pesquisadora da Embrapa Gado de Leite
Alziro Vasconcelos Carneiro - Analista da Embrapa Gado de Leite
Glauco Rodrigues Carvalho - Pesquisador da Embrapa Gado de Leite
Marcos Cicarini Hott - Pesquisador da Embrapa Gado de Leite
Guilherme Fonseca Travassos - Bolsista do CNPq, estudante de economia da UFJF
Airdem Gonçalves de Assis - Diretor executivo do Polo de Excelencia do leite


Minas Gerais é o maior produtor de leite do Brasil e é também o estado da região Sudeste que obteve maior expansão percentual na produção entre 2000 e 2008: 23,5%. Este crescimento se deu tanto pelo aumento no número de vacas ordenhadas quanto pelos ganhos de produtividade. Além disso, o estado se destaca por possuir o maior rebanho leiteiro do País: 5.143.689 cabeças, conforme mostra a Tabela 1.

Dentro de Minas Gerais, a Zona da Mata e o Campo das Vertentes produzem juntos 1,084 bilhão de litros de leite, o equivalente a 15% da produção total do Estado. Em relação à produtividade, a região do Campo das Vertentes tem o melhor aproveitamento estadual, de 2.049 litros por vaca, já a Zona da Mata fica abaixo com produtividade de 1.583 litros/vaca. No entanto, ambas estão acima da produtividade média de Minas Gerais, que é de 1.489 litros por vaca, mostrando o grande potencial dessas mesorregiões (IBGE, 2010).

Com isso, pode-se notar a importância da Zona da Mata Mineira e do Campo das Vertentes na cadeia produtiva do leite do estado de Minas Gerais. As informações descritas a seguir referem-se a dados preliminares de pesquisa de campo, realizada ao longo do primeiro semestre de 2009, junto a 103 laticínios do Campo das Vertentes e Zona da Mata Mineira. Esta pesquisa foi encomendada pelo Polo de Excelência do Leite à cooperativa do IFET (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sudeste de Minas Gerais – Campus Rio Pomba) e analisada pela Embrapa Gado de Leite. O resultado completo da pesquisa será publicado durante o 8º. Congresso Internacional do Leite em Juiz de Fora.

No âmbito do portfólio de produtos elaborados pelos laticínios, a maioria das empresas trabalha com queijo minas frescal, mussarela, ricota, queijo minas padrão e manteiga. Portanto, os queijos são os principais derivados lácteos produzidos na Zona da Mata e Campo das Vertentes. Dentre os 10 produtos com maior frequência de produção nas mesorregiões, 6 são queijos A Figura 1 apresenta o mapa da produção total de queijo da Zona da Mata e Campo das Vertentes.

Pela Figura 1 observa-se que, considerando todos os tipos de queijos fabricados pelos laticínios, destacam-se os municípios de Antônio Carlos, Lima Duarte, Mercês, Patrocínio do Muriaé e Guiricema. Do total de queijos produzidos tem-se que 70 laticínios fabricam queijo minas frescal. Essa frequência é um pouco menor em queijo mussarela (62 laticínios), ricota (52) e queijo minas padrão (50).

Como 85% dos laticínios consultados fabricam queijo, tem-se um volume grande de soro produzido. O volume total de soro produzido por estes laticínios é de 754 mil litros por dia, o que representa uma média de 8.373 litros por dia por laticínio. O destino do soro, em sua grande maioria, é para a alimentação animal, cerca de 72% o utilizam para este fim, conforme mostra a Tabela 2.

 

Esta é a edição nº 42 do informativo eletrônico, Panorama do Leite, de 19 de maio de 2010, uma publicação mensal de responsabilidade do Centro de Inteligência do Leite CILeite, criado em parceria entre a Embrapa Gado de Leite e a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais – Seapa. Embrapa Gado de Leite – Chefe-geral: Duarte Vilela, Chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento: Rui da Silva Verneque, Chefe-adjunto de Comunicação e Negócios: Elizabeth Nogueira Fernandes e Chefe-adjunto de Administração: Antônio Vander Pereira. Editores: Kennya Beatriz Siqueira e Marcos Cicarini Hott. Coordenador de Jornalismo: Rubens Neiva. Redação: equipe técnica do CILeite. Colaboração: Pedro Gomide e Leonardo Gravina. Projeto gráfico: Marcella Avila.

Para não receber mais este newsletter do Centro de Inteligência do Leite. Clique aqui