|
Impacto da adoção do programa de controle e prevenção da mastite na redução da contagem de células somáticas.
Guilherme Nunes de Souza, José Renaldi F. Brito, |
|||||||||||||||||||||||||||||||||||
O grande avanço no controle e prevenção da mastite ocorreu na década de 60 do século passado em conseqüência da introdução do plano que ficou conhecido como o “plano dos cinco pontos”. O plano visa principalmente reduzir o número de novas infecções, eliminar infecções já estabelecidas e diminuir a duração das infecções por meio de terapias com antibiótico e descarte de animais. O foco foi dado na rápida identificação e tratamento dos casos clínicos, terapia da vaca seca em todos os animais, desinfecção dos tetos após a ordenha, descarte de animais cronicamente infectados e manutenção adequada do equipamento de ordenha. Um dos componentes do "plano dos cinco pontos" que mais influencia na redução de novas infecções é a terapia durante a lactação e/ou tratamento da vaca seca, podendo reduzir o risco de novas infecções intramamárias em até 50%. Manutenção da integridade da pele e extremidade dos tetos é parte de qualquer programa de controle da mastite pois foi verificado aumento na incidência de mastite em razão do funcionamento inadequado do equipamento de ordenha.
Outro exemplo do impacto da adoção de estratégias de controle da mastite, em particular do “plano dos cinco pontos”, foi melhor caracterizado no controle de patógenos contagiosos da mastite, principalmente Staphylococcus aureus, Streptococcus agalactiae e Streptococcus dysgalactiae, o que permitiu uma redução drástica na incidência dos casos clínicos (Tabela 1) e subclínicos (Tabela 2). |
||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Tabela 1. Incidência e etiologia dos casos clínicos de mastite no Reino Unido em rebanhos leiteiros (casos/100 vacas/ano) entre os anos de 1967 e 1998. |
||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|
||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Tabela 2. Proporção de rebanhos do Reino Unido classificados de acordo com a média anual da contagem de células somáticas (CCS) entre os anos de 1979 e 2001. |
||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|
||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Avaliando-se dados de CCS de rebanhos localizados na Região Sudeste do Brasil entre os anos de 2005 e 2007 apresentados no Panorama do Leite, n.??, 2008 (Tabela 3), observou-se que não houve grandes variações no percentual de amostras classificadas de acordo com os limites estabelecidos na Instrução Normativa 51 (IN51) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Atualmente em torno de 10% das amostras estão acima 1.000.000 células/ml, limite máximo estabelecido na IN51 até julho de 2008. Porém, a partir desta data o limite será reduzido para 750.000 células/ml e o percentual de amostras acima deste limite irá dobrar (20%). Considerando-se o limite de 400.000 células/ml a partir de 2012 para todo o país, aproximadamente 50% dos rebanhos estarão superior a este limite.
|
||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|
||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Tabela 3. Percentual de amostras que atendem os limites estabelecidos na Instrução Normativa 51 de acordo com os anos em amostras de leite de rebanhos bovinos localizados na Região Sudeste, Brasil |
||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|
||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|
||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|
||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|
Esta é a edição nº 16 do informativo eletrônico, Panorama do Leite, de 11 de março de 2008, uma publicação mensal de responsabilidade do Centro de Inteligência do Leite CILeite, criado em parceria entre a Embrapa Gado de Leite e a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais – Seapa. Embrapa Gado de Leite – Chefe-geral: Paulo do Carmo Martins, Chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento: Pedro Braga Arcuri, Chefe-adjunto de Comunicação e Negócios: Marne Sidney de Paula Moreira e Chefe-adjunto de Administração: Luiz Fernando Portugal Silva. Editora Geral: Rosangela Zoccal. Coordenador de Jornalismo: Rubens Neiva. Redação: equipe técnica do CILeite. Colaboração: Vanessa Maia A. de Magalhães. Projeto gráfico: Marcella Avila. Editoração eletrônica: Angela de Fátima A. Oliveira e Leonardo Fonseca. Estagiário: Milana Zamagno. |
|
Para não receber mais este newsletter do Centro de Inteligência do Leite. Clique aqui |