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Streptococcus agalactiae: efeito sobre a contagem de células somáticas e eficiência da blitz terapia
Guilherme Nunes de Souza - Pesquisadores da Embrapa Gado de Leite Cristiano G. de Faria e Leandro Rubiale - Analista da Embrapa Gado de Leite Luciano C. Dutra de Moraes - Assistente da Embrapa Gado de Leite |
São mais de 100 agentes descritos na literatura como causadores de mastite. Porém, as bactérias Streptococcus agalactiae e Staphylococcus aureus são os principais agentes causadores de mastite subclínica em grande parte dos rebanhos leiteiros. Estes agentes são responsáveis por altas contagens de células somáticas (CCS), causando prejuízos econômicos para o produtor principalmente devido à redução na produção de leite. Estudos realizados na Embrapa Gado de Leite mostraram que aproximadamente 50% dos rebanhos apresentam animais infectados por S. agalactiae. A infecção por este agente pode resultar em infecção clínica aguda até subclínica crônica. S. agalactiae produz altas CCS em animais individuais, o que influencia significativamente na CCS do rebanho. Estudos realizados no Canadá e Estados Unidos mostraram que um grupo de rebanhos com contagens maiores que 700.000 células/ml, a média geométrica da CCS de vacas infectadas por S. agalactiae era 2.238.700 células/ml. Em rebanhos cujas contagens eram maiores que 800.000 células/ml, 80% das vacas com CCS maior que 500.000 células/ml estavam infectadas com S. agalactiae. Estudo realizado no Brasil, em rebanhos localizados na região Sudeste, mostrou a variação da CCS de animais de acordo com os patógenos da mastite, sendo observado o maior aumento na CCS em animais infectados por S. agalactiae (Tabela 1). |
Tabela 1. Variação da CCS (x1.000/ml) de acordo com o patógeno envolvido na infecção intramamária | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Fonte: Embrapa Gado de Leite - Projeto APPCC | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O impacto de animais infectados por S. agalactiae na CCS do rebanho vai depender fundamentalmente da prevalência de vacas em lactação infectadas no rebanho (número de vacas infectadas em lactação sobre o número total de vacas em lactação). Esta relação pode ser observada na Tabela 2. Os rebanhos livres de S. agalactiae, mas com diferentes prevalências de S. aureus apresentaram contagens que variaram de 86.000 a 869.000 células/ml. Já os rebanhos infectados por S. agalactiae, independente da prevalência de animais infectados, apresentaram contagens superiores a 1.000.000 células/ml. Levando-se em consideração os limites estabelecidos para CCS na Instrução Normativa 51 para Região Sudeste de 750.000 células/ml e de 400.000 células/ml a partir de julho de 2011, a presença de S. agalactiae em rebanhos leiteiros pode ser considerada fator crítico para o atendimento à legislação.
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