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Concentração no varejo e margem bruta de comercialização do leite UHT
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Nos últimos anos o setor supermercadista passou por um processo de concentração, seja por meio da aquisição de empresas menores (e incorporação de lojas), seja por meio da abertura de novas lojas.
A Figura 1 mostra a evolução da concentração no setor supermercadista. Foi utilizado como indicador o faturamento das empresas com dois ou mais check-outs, que, pelo critério da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), são consideradas supermercados. Portanto, a participação das cinco maiores empresas no faturamento das trezentas maiores saltou de 37% em 1994 para 62% no ano passado. As dez maiores responderam por 71% em 2006. |
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Fonte: Associação Brasileira de Supermercados Elaboração: Embrapa Gado de Leite Fig. 1. Participação das maiores redes de supermercado no faturamento total das 300 maiores |
Esse movimento de concentração e consolidação dos grandes varejistas no mercado nacional tem um impacto direto na cadeia produtiva do leite, à medida que os supermercados se destacam como importante canal de distribuição. O maior impacto ocorre nos pequenos laticínios, que não possuem escala de produção nem força suficiente para negociar com as grandes redes varejistas.
À medida que as grandes redes se consolidam no mercado, diminui o poder da indústria, inclusive no reajuste de preços, e faz-se necessário o estreitamento da relação entre a empresa e o gerente das lojas, possibilitando melhor negociação por espaço nas gôndolas, na oferta de novos produtos, promoções e vendas. Além disso, exige-se da empresa a disponibilidade de produto a preços competitivos.
As Figuras 2, 3, 4, 5 e 6 mostram a margem bruta de comercialização dos varejistas com o leite UHT. Verifica-se que em agosto, houve incremento de margem bruta de comercialização apenas em São Paulo e Rio de Janeiro. Nas demais praças as margens recuaram. Dado o poder de negociação das grandes redes varejista é possível que essa desaceleração dos preços ao consumidor provoque alguma pressão baixista nos preços ao longo da cadeia produtiva do leite. |
Em São Paulo, a margem do varejista recuou de 50% em setembro de 2006 para cerca de 20% em maio de 2007. Nos últimos dois meses houve elevação novamente, atingindo 50% em agosto conforme Figura 2. Essa elevação ocorreu tanto pelo recuo de preços no atacado em agosto quanto pela alta dos preços ao consumidor. Entre maio e agosto os preços do UHT no varejo de São Paulo subiram cerca de 41%. Entre as cinco praças analisadas, São Paulo se destacou como a de maior margem de comercialização.
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Fig. 2 Leite UHT em São Paulo: margem bruta de comercialização do Varejista (%) |
Pela Figura 3 verifica-se que em Belo Horizonte a margem em agosto de 2007 ficou próxima de 17% ante cerca de 30% em julho. Entre julho e agosto os preços do UHT no atacado subiram cerca de 16% enquanto a alta no varejo foi de apenas 5%. Em média, a margem bruta do varejista nos últimos 12 meses foi de aproximadamente 20%.
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No Rio de Janeiro, conforme Figura 4, o movimento foi parecido com o de São Paulo. Entre maio e agosto de 2007, enquanto a alta do UHT no atacado foi de 28% no varejo a elevação atingiu 44%, levando a margem para cerca de 23%.
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Fonte: Embrapa Gado de Leite / SimLeite Fig. 4 Leite UHT em Rio de Janeiro margem bruta de comercialização do Varejista (%) |
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No mercado de Goiânia, Figura 5, verificou-se a menor margem de comercialização de UHT entre as praças pesquisadas. Entre julho de 2006 e abril desse ano, a margem média ficou em 4%, mostrando recuperação em seguida. A alta de 16% dos preços no atacado em agosto de 2007 não foi acompanhada pelo varejista na mesma magnitude, trazendo a margem para cerca de 11%.
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Por fim, no Distrito Federal o comércio varejista fechou agosto com margem bruta de aproximadamente 12%, graças aos repasses de preços após abril (Figura 6).
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Esta é a edição nº 11, do informativo eletrônico, Panorama do Leite de 04 de Outubro de 2007, uma publicação mensal de responsabilidade do Centro de Inteligência do Leite CILeite, criado em parceria entre a Embrapa Gado de Leite e a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais Seapa. Embrapa Gado de Leite Chefe-geral: Paulo do Carmo Martins, Chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento: Pedro Braga Arcuri, Chefe-adjunto de Comunicação e Negócios: Marne Sidney de Paula Moreira e Chefe-adjunto de Administração: Luiz Fernando Portugal Silva. Editora Geral:Rosangela Zoccal. Coordenador de Jornalismo: Rubens Neiva. Redação: equipe técnica do CILeite. Colaboração: Vanessa Maia A. de Magalhães Projeto Gráfico: Marcella Avila. Editoração eletrônica: Leonardo Fonseca. Estagiário: Rafael Junqueira. |
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