Técnica de produção - Produção e Conservação de Forragens

Capineira: manejo

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Antonio Carlos Cóser
Embrapa Gado de Leite

INTRODUÇÃO

O manejo correto de uma capineira é importante, pois possibilitará maior produção de forragem por área e, consequentemente, maior produção de leite, além de favorecer sua utilização por longo tempo. É preciso, no entanto, relacionar a área disponível de capineira na propriedade com o número de animais a serem tratados, tendo-se o cuidado de usar o manejo correto durante todo o ano.

A capineira deve ser manejada em talhões com diferentes alturas do capim. Isso permite ao produtor estabelecer comparações entre os talhões e uma maior eficiência de sua utilização, bem como estimar a quantidade de capim existente na capineira. A seguir, informações sobre o uso de uma capineira, utilizando o capim-elefante, também conhecido como Napier.

QUANDO CORTAR?

O corte deve ser feito quando o capim-elefante tiver 1,80 m de altura, ou, a cada 60 dias, na época das águas; na época seca, cortá-lo com 1,50 m. Nessa altura, o capim apresenta razoável valor nutritivo e grande produção de massa verde. Deve ser cortada uma área de capineira suficiente para dois dias de fornecimento aos animais.

COMO CORTAR?

O corte pode ser feito manual ou mecanicamente. O corte manual deve ser feito, de preferência, com enxada bem amolada, utilizando o corte rente ao solo. No caso do corte mecanizado, usar colhedeira acoplada ao trator, com engate para carreta ou vagão. Essa máquina, além do corte, faz a picagem do material cortado, que é conduzido por tubo à carreta.

O material cortado pode ser transportado por carroça ou carreta até o local onde está a picadeira de forragem.

Em seguida, processa-se a picagem do material, tendo-se o cuidado de verificar se as facas estão afiadas e reguladas para picar a forragem no tamanho de 1-2 cm. No corte mecanizado, o capim já é picado pela própria máquina na capineira, não necessitando fazer a operação anterior.

Após a picagem, a forragem deve ser distribuída aos animais, no cocho, usando balaios ou material similar, podendo ser fornecido com o concentrado.

ADUBAÇÃO ORGÂNICA

Todo o esterco de curral deve ser transportado para a capineira e distribuído uniformemente sobre toda a área do capim recém-cortado, independentemente da época do ano. A quantidade de esterco a ser aplicada depende da sua disponibilidade na propriedade. Aplicações de 20-50 toneladas por hectare por ano são comumente recomendadas. Pode ser também usado todo o esterco fresco contido no curral após a ordenha.

ADUBAÇÃO QUÍMICA

É essencial, ainda, a aplicação de adubação de manutenção. Essa operação deverá ser feita em função da produção de forragem que foi removida da área. Normalmente, são utilizados 150 kg/ha de N, 60 kg/ha de P205 e 180 kg/ha de K20, aplicados proporcionalmente nos cortes efetuados durante o período chuvoso. Esses nutrientes devem ser aplicados utilizando os produtos comerciais existentes no mercado, usando suas equivalências, conforme exemplo a seguir:

• 150 kg/ha de N equivalem a 750 kg/ha de sulfato de amônio ou a 330kg/ha de uréia

• 60 kg/ha de P205 equivalem a 300 kg/ha de superfosfato simples

• 180 kg/ha de KZO equivalem a 300 kg/ha de cloreto de potássio

OBSERVAÇÕES

Em caso de sobra de capim de um talhão, este deve ser cortado e fornecido para as categorias animal menos exigentes.

A capineira poderá ser utilizada para ensilagem, caso haja previsão de sobra de capim no período de maior crescimento da forrageira.

Pasto: alimento fácil e barato para bovinos de leite. Cultive suas pastagens. Mantenha-as limpas, adubadas e bem manejadas.